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A Nova Era No Tratamento para Enxaqueca, os anticorpos monoclonais anti-CGRP.

PUBLICADO EM 26/12/2018

Autor: Dr. MÁRIO FERNANDO PRIETO PERES
Médico neurologista; Fellow do American College of Physycians; Doutorado em neurologia - UNIFESP; Pos-Doutorado Thomas Jefferson University.

 

Já aprovados nos Estados Unidos desde maio de 2018, uma nova classe de medicamentos que atua no CGRP aumenta o leque de opções para os que sofrem com enxaquecas e outras dores de cabeça.

 

O que é o CGRP?

CGRP quer dizer Peptídeo Relacionado ao Gene da Calcitonina, uma substância que dispara as crises de enxaqueca. Outras substâncias também estão envolvidas nas crises de enxaqueca, por isso eliminar ou diminuir o CGRP não é tudo. Mas é bastante, pois quando se injeta CGRP a maioria das pessoas vão ter enxaqueca, e os resultados com estes novos remédios são bastante animadores, pois são eficientes, e muito bem tolerados.

 

Como estes novos tratamentos funcionam?

Existem 4 anticorpos anti-CGRP, o Erenumab, Fremanezumab, Galcanezumab, aplicados uma vez por mês através de injeções subcutâneas, e já aprovados nos Estados Unidos, e o Eptinezumab, que será aplicado pela veia. Todos eles tem o objetivo de “sequestrar” o CGRP da circulação, diminuindo sua quantidade, e com isso diminuir o disparo das crises. A experiência com o efeito destas medicações causa uma euforia, pela primeira vez um tratamento foi desenvolvido especificamente para enxaqueca, é muito bem tolerado e funciona. Para a grande maioria das pessoas, não há efeitos colaterais significativos além de alguma dor no local da injeção.

 

Todo tipo de dor de cabeça melhora com eles?

Os monoclonais funcionam para enxaqueca, para evitar que venham as crises, tanto episódicas quanto diárias, tanto com quanto sem aura, com ou sem uso excessivo de analgésicos. Outras dores de cabeça como a cefaleia em salvas respondem também, e talvez ainda outros tipos saberemos no futuro.

 

Quando vai estar disponível no Brasil?

A expectativa é que no meio do ano de 2019 teremos liberado este tratamento aqui no Brasil, por enquanto, só importando.  O acesso ao medicamento será um tema que teremos que avaliar, pois o preço não deve ser tão convidativo.